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quinta-feira, 13 de setembro de 2018

13/09 - Memória de João Crisóstomo


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Hoje, celebramos a memória de João Crisóstomo. Quem foi esse famoso Pai da Igreja, considerado um dos mais eminentes cristãos da História? Nascido por volta de 347 d.C. em Antioquia, foi criado em um ambiente da classe alta. Aos 18 anos, foi batizado. Depois de três anos, concluíndo sua educação em retórica, tornou-se pregador. Também estudou direito Fortemente influenciado pelos ideais monasticos, viveu em severo retiro por um tempo, mas foi ordenado sacerdote em 386. Por fim, em 397, tornou-se patriarca (arcebispo) de Constantinopla, o segundo cargo mais alto da Igreja Cristã daquele tempo.

Adquiriu o epíteto de "Crisóstomo" (boca de ouro, em grego), devido a sua grande habilidade como pregador. Desconfiando fortemente do valor da filosofia pagã para o real conhecimento e piedade, João baseava-se na Bíblia, e de modo geral valorizava o lado moral, devocional e prático da fé cristã, envolvendo-se em disputas teológicas apenas quando estritamente necessário. Em sua época, a grande metrópole de Constantinopla, sede do Império Romano do Oriente, era marcada por contrastes e injustiças sociais. Crisóstomo denunciava os luxos e excessos da elite, que aproveitava a vida enquanto mendigos morriam de fome nas portas das catedrais. Condenava também o mundanismo. Alertando fortemente seus ouvintes sobre o perigo da condenação eterna, reconhecia que a força para resistir ao pecado provinha exclusivamente da graça de Deus, restando ao homem desejá-lo e buscá-lo com o livre-arbítrio. Foi também um grande pregador das virtudes do amor e humildade, administrando obras sociais. Por "não ter papas na língua", acabou por se envolver em conflitos com a imperatriz Eudoxia, que conseguiu a deposição e o exílio dele duas vezes. Em 407, João faleceu no exílio. Deixou-nos um exemplo de perserverança, fé, aplicação prática da mensagem bíblica e descontentamento diante da opressão realizada pelos poderosos sobre os mais humildes.

Entre o legado teológico de João Crisóstomos, temos suas homílias sobre as epístolas de Paulo, cuja edição em português possui cerca de três mil páginas! Apesar da liturgia até hoje usada pela Igreja Ortodoxa levar o seu nome, provavelmente não é da lavra de Crisóstomo, mas sim uma composição mista que se desenvolveu entre os séculos IV-X.  Considerado um dos maiores teólogos da Igreja grega, também foi reconhecido como doutor da Igreja Católica Romana. Uma de suas preces tornou-se muito conhecida no mundo anglófono ao ser inserida no "Livro de Oração Comum" da Igreja Anglicana. O pregador e avivalista inglês Charles Spurgeon foi um grande admirador de Crisóstomo. Atualmente, calendários litúrgicos de todas as tradições da cristandade se lembram do grande pregador no dia 13 de setembro.

Vejamos dois textos de Crisóstomo:

"Vê como logo no início rejeita a arrogância, e projeta para longe toda a estima própria deles, declarando-se chamado. Com efeito, não inventei o que ensinei, nem o apreendi por minha própria sabedoria, mas quando perseguia a Igreja e a devastava, fui chamado. Nesta atuação, tudo provém de quem chama, nada do que é chamado, por assim dizer, senão obedecer." (Comentário à epístola de S. Paulo aos Coríntios).

"Deus todo-poderoso, que nos deste a graça de unir-nos neste momento, para te dirigirmos em concordância as nossas súplicas, e que por teu muito amado Filho nos prometeste que onde estivessem dois ou três reunidos em teu Nome, tuestarias ali no meio deles; atende agora, ó Senhor, os nossos desejos e petições como melhor nos convier; e concede-nos neste mundo o conhecimento da tua verdade e no vindouro a vida eterna. Amém." (Oração litúrgica).

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