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segunda-feira, 17 de março de 2014

A origem e efeitos da "teologia" da prosperidade

"Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares."

Ficheiro:Ary Scheffer - The Temptation of Christ (1854).jpg
Satanás é o maior interessado nas heresias 
A teologia da prosperidade não pode ter sido originada pelos homens. Este verdadeiro câncer e, talvez, a pan-heresia de nossos tempos, é pautado pela voz do Inimigo. Vejamos : o seus líderes não estão interessados em pregar o Evangelho. Apenas dizem coisas como:   "-Venha , e todos os teus problemas serão resolvidos",ou "-Venha para nossa igreja,e você será próspero em todos os sentidos". Não estão interessados na salvação das almas, e sim em lotar suas igrejas com ignorantes não-regenerados, prontos a obedecer-lhes em tudo. Assim, muitos que nunca passaram pelo novo nascimento consideram-se cristãos porque frequentam os cultos, fazem as campanhas, obedecem certos padrões humanos e dão o fruto de seus trabalhos aos seus "pastores". Muitas dessas pessoas nunca conhecerem à Cristo, nunca conheceram o Evangelho da Bíblia, que exige do homem,pobre e depravado pecador, uma rendição total e incondicional diante do Deus justo e santo, entronizado nas alturas. Não conhecem ao Evangelho da justificação pela fé, pois pensam que serão salvas por obedecer aos seus líderes. Não conhecem o dom do Espírito Santo.Não sabem que devem buscar a vontade de Deus,e não a própria. Não amam a glória de Deus e sua vontade soberana, mas querem, quais filhos mimados, que o Pai celestial lhes conceda todos os desejos. Estão espiritualmente mortos, pobres, desgraçados, cegos e nus.
Existe algo que é muito irritante. Muitos crentes sinceros gostam de ficar condenando,por exemplo, os católicos romanos, mas calam-se diante do erro da "teologia da prosperidade" pois, dizem eles, não devemos julgar nossos irmãos. Não estou aqui para defender os erros da ICAR, mas apenas creio que não devemos usar dois pesos e duas medidas. Os católicos praticam a idolatria ? Os seguidores da teologia da prosperidade(daqui em diante TP) praticam a egolatria(adoração à si próprio), ao se acharem senhores de tudo o que existe, ao pensarem que devem apenas mandar e "crer", que serão feitas todas as suas vontades. Os católicos pregam a salvação pelas obras? Os seguidores da TP também o fazem, ao pregar que a salvação é pela obediência incondicional a todo tipo de patifaria e heresia que seus líderes criam( como o bruxo Edir Macedo, que blasfemou da doutrina bíblica da salvação pela fé). Os católicos erram em crer num líder humano? Os seguidores da TP também( e olha que o papa parece infinitamente mais sincero e cristão do que os líderes da TP). Os católicos são supersticiosos em relação a objetos(como medalinhas, relíquias, imagens e crucifixos)? .Os da TP fazem isso de forma mais tosca ainda, ao acharem que certos objetos(cá entre nós, super-bregas) tem algum tipo de poder.Os católicos vendiam bençãos no passado? Os discípulos da TP até hoje o fazem.
Devemos estar prontos para a proliferação dessas pseudo-igrejas, que não pregam o evangelho da cruz, mas sim um evangelho carnal, terreno e diabólico. Devemos ter amor por essas pobres almas que se perdem no caminho da heresia. Devemos estar prontos para dar a razão de nossa fé, para ensinar com carinho(porém com autoridade) aos seguidores da TP, provarmos na Bíblia que os caminhos que seguem não são os caminhos corretos de Deus. Devemos orar por essas pessoas.E, como o amor de Cristo está derramado em nossos corações, devemos pedir até mesmo pelos lobos que fomentam essas doutrinas, pois são também pobres almas que necessitam do amor de Jesus.
Por fim, eu reconheço que existem muitos crentes salvos e sinceros( as vezes até mesmo melhores que nós) nas igrejas que seguem a TP. Mas isso é uma razão a mais para combatermos contra essas falsas doutrinas que têm se propagado em nosso meio.

sábado, 4 de janeiro de 2014

A Espiritualidade da Epifania


A Espiritualidade da Epifania

por Edson C. Sardinha
Epifania — palavra grega, significa entrada poderosa, chegada solene de um rei ou imperador tomando posse de um território; ou da aparição de uma divindade ou de sua intervenção prodigiosa.
Para nós, cristãos, é a festa da manifestação de Jesus, que veio para todos os povos.
A Epifania é para o Natal, o que Pentecostes é para a Páscoa: seu desenvolvimento e proclamação ao mundo é o desfecho radiante do Natal!
A Epifania é uma festa mais antiga do que o Natal. Celebra-se a manifestação (epifania) de Jesus Cristo como Deus.
Três passagens epifânicas são lembradas neste domingo: A Vinda dos Magos do Oriente (não eram três, nem eram Reis), o Batismo do Senhor e as Bodas de Caná da Galileia.
No Natal Jesus se manifestou aos judeus, na Epifania ele se manifesta aos gentios.
Jesus vem ao mundo para se humilhar. O próprio nascimento, vida e morte do Senhor é uma contradição para a mente humana. Refletindo no paradoxo de Jesus, Santo Agostinho diz: “Vejam! O Criador do ser humano se fez homem para que, Aquele que governa do mundo sideral, se alimentasse de leite; para que o Pão tivesse fome; para a Fonte tivesse sede, a Luz adormecesse, o Caminho se fatigasse na viagem, a Verdade fosse acusada por falsos testemunhos, o Juiz dos vivos e dos mortos fosse julgado por um juiz mortal, a Justiça fosse condenada pelos injustos, a Disciplina fosse açoitada com chicotes, o Cacho de uvas fosse coroado de espinhos, o Alicerce fosse pendurado no madeiro; para que a Virtude se enfraquecesse, a Saúde fosse ferida e morresse a própria Vida” (Sermão 191,1).
Agostinha via o presépio como mistério do Deus que deseja ocupar os nossos corações como Templo: «Jesus jaz no presépio, mas leva as rédeas do governo do mundo; toma o peito, e alimenta aos anjos; está envolto em panos, e veste a nós de imortalidade; está mamando, e o adoram; não encontrando lugar na pousada, fabrica seus templos nos corações dos crentes. Para que se fortalecesse a debilidade, se debilitasse a fortaleza... Assim, acendemos nossa caridade para que alcancemos a sua eternidade». (Sermão 190,4).
O Natal e a Páscoa não são epifanias para o mundo. O mundo não consegue amar e seguir um Deus encarnado e crucificado. Mas para nós a vida de Cristo é total epifania do seu poder. Santo Agostinho diz: «A humildade é ela mesma que se lança ao rosto dos pagãos. Por isso nos insultam e dizem: Que Deus é esse que adorais? Um Deus que nasceu? Que Deus adorais? Um Deus que foi crucificado? A humildade de Cristo desagrada aos soberbos; mas se a ti, cristão, agrada, imita-a; se a imitas, não trabalharás, porque Ele disse: Vinde a mim todos vós que estais sobrecarregados». (Narrações. 93,15).
A Epifania manifesta este mistério de Deus aos magos e ao mundo pagão. Agostinho diz: «Jazia no presépio, e atraia aos Magos do Oriente; se ocultava em um estábulo, e era dado a conhecer no céu, para que por meio dele fosse manifestado no estábulo, e assim este dia se chamasse Epifania, que quer dizer manifestação; com o que recomenda sua grandeza e sua humildade, para que quem era indicado com claros sinais no céu aberto, fosse buscado e encontrado na “angustura” do estábulo, e o impotente de membros infantis, envolto em panos infantis, fosse adorado pelos Magos, temido pelos maus» (Sermão 220,1).
A Epifania retoma o Natal de Jesus celebrando a sua humanidade manifestada a todos os povos. Traz consigo a mística de que a salvação destina-se a todos: “Levanta-te e brilha, Jerusalém, olha o horizonte e vê. Sobre todas as nações brilha a glória do Senhor” (Is 60,1).

Manifestemos hoje o Redentor de todos os povos e façamos deste dia a festa de todas as nações. Epifania é a festa da chegada da Salvação de Deus para todos os povos. A mensagem da Epifania é: Quem crer e for batizado será Salvo, não importando sua nacionalidade, raça ou cultura. É o deus missionário transcultural vindo ao nosso encontro.