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domingo, 16 de abril de 2017

A Páscoa cristã

Nos tempos da Antiga Aliança, a Páscoa (termo que significa passagem), celebrava a libertação da servidão no Egito. Após o banquete desta festa- um cordeiro-, o anjo destruidor passou pelos lares do Egito, destruindo todos os primogênitos. Somente os lares que tinham na porta a marca de sangue do cordeiro imolado  permaneciam incólumes. Neste admirável sacramento, o inimigo foi destruído e o povo de Deus, perdoado.
Eis que hoje tu, cristão, tal quais as portas das casas dos hebreus, tens o sangue que te protege da ira dos inimigos. Não o sangue de um cordeiro com quatro patas e lã, mas o sangue daquele a quem os sacrificios dos antigos remetiam, o sangue de Jesus Cristo.
Foi revelado aos pais a necessidade de sacrifícios sangrentos, pois o sangue representa a vida,
e toda vez que pecamos merecemos a morte, e nossa única salvação seria a morte de alguém em nosso lugar. Nas sombras da Lei do Antigo Concerto, os animais eram designados para esse fim. Mas tais sacrifícios não podiam, de modo algum, realmente expiar nossos pecados, tendo como fim temporário ser a sombra de um sacrifício maior.
A segunda pessoa da Santíssima, Consubstancial e Indivisivel Trindade, o Filho, fez-se servo por amor de nós, habitando encarnado entre os homens, participando em tudo das misérias deles, menos no pecado. Vivendo ele sem pecado, sendo ao mesmo tempo Deus e homem, tinha as credenciais para oficializar nossa redenção. Assim ele sofreu e morreu de forma cruel e atroz. Ele tornou-se então o perfeito Cordeiro de Deus, antítipo dos sacrifícios do Antigo Testamento, garantindo então a redenção de todos aqueles que crerem em seu sacrifício.
Ele estava morto. A fria morte o tocara. Foi sepultado. Ele, de fato, pagou o preço, e conseguiu nosso resgate. Mas como poderia nos garantir a vitória, se estava morto? Passou-se a sexta-feria da Paixão. E ele estava morto. Passou-se o sábado. E ele estava morto.
No domingo, então, uma maravilha suprema aconteceu. Eis aqui a nossa Páscoa, que maior vitória nos garantiu do que a dos judeus! Visto ser Cristo perfeito sacrifício, pelo poder da divindade levantou-se poderosamente dentre os mortos, ressuscitado em corpo e alma, para eternamente reinar. Ao ressurgir, qual um valente brandindo sua espada furiosamente, pôde assegurar e fazer valer o que nos conseguiu na cruz. Ao ressurgir, garantiu que, um dia, nós que crermos também ressuscitaremos, em espírito imortal e novo corpo incorruptível. Ao ressurgir, saqueou o inferno e dividiu os despojos com seus campeões.
Após esmagar ao diabo na cruz, ele esmagou a mais forte das campeãs deste, a morte, na ressurreição. A morte foi pisada e humilhada, seu reino, saqueado, e , para nós cristãos, só a máscara lhe resta.
Alegrai-vos, cristãos, porque vosso Salvador vive, exercendo para sempre o poder de sumo-sacerdote e nosso intercessor diante do justo Pai. Alegrai-vos, pois na vitória d'Ele conseguistes todas as vitórias que vos são necessárias. Alegrai-vos, pois recebereis, em lugar deste frágil corpo, sujeito a doenças e intempéries, um corpo incorruptível e glorificado, Alegrai-vos, pois vossos espíritos gozarão de eterna bem-aventurança na glória de Deus.
Alegrai-vos também, homens ímpios, pois esta é a chance que tendes de escapar ao poder atroz da morte temporal e  da morte eterna.
Alegrai-vos, todos os seres, pois a restauração da criação está por acontecer.
Hoje, celebramos ao Rei Vencedor. Á este conquistador invicto, seja o louvor, a honra, o poder, a glória e a sabedoria. Com a força de seu braço, este comandante valente submete a todos os poderes. Bem-aventurados aqueles que o seguem. Eis a Páscoa cristã, a mais sublime das festas celebradas pelo homem.