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segunda-feira, 12 de março de 2018

Reteté: O que a Bíblia e a História da Igreja têm a dizer


Resultado de imagem para retetéUltimamente, têm havido no meio evangélico um estranho movimento chamado de "reteté". A própria origem do termo é debatida, sendo possivelmente uma referência zombeteira às línguas estranhas faladas nas igrejas pentecostais. Esse movimento se caracteriza principalmente pelas estranhas manifestações físicas dos fiéis que são atribuidas ao Espírito Santo. Pessoas sapateiam, pulam, rodopiam, caem, gargalham descontroladamente, fazem "aviãozinho" e toda a sorte de estranhos movimentos.Muitos consideram que esse movimento é um "avivamento", algo benéfico a igreja, um "verdadeiro pentecostes", uma "nova unção"(ou "novas unções"). Podemos presenciar, principalmente nas igrejas pentecostais de segunda e terceira onda, coisas estranhas, irracionais e não registradas ou recomendadas na Bíblia. Algumas chegam às raias do absurdo. Uma rápida pesquisa no Youtube nos mostrará os variados moveres atribuídos ao Espírito Santo, sempre acompanhados de ferrenhas discussões e da chacota (plenamente justificável!) dos ímpios.

Meus irmãos,será que o Espírito Santo se manifesta assim? Ora,Deus não é Deus de confusão(I Co 14.33).Será que o doce Consolador,que recebemos no momento de nossa conversão,agiria de forma tão estranha,que não produz edificação (I Co 14.26),mas se trata de um mover quase sempre visto como um fim em si mesmo, sem ser acomapanhado de mudança de vida ou outros sinais que acompanham a pregação do verdadeiro Evangelho, além de causar escândalo(ai daquele por quem vier o escândalo! - Mt 18.7)entre crentes e ímpios? Será que o apóstolo Paulo aprovaria esses estranhos moveres? Claro que não,pois essas manifestações violam claramente o princípio de decência e ordem (I Co 14.40)! Tais moveres não tem base na Bíblia (nenhum apóstolo entrou no reteté, nem registrou em seus escritos a existência de tal prática),nem na história da Igreja.São movimentos de origem humana,surgidos apenas nos últimos séculos.São moveres da emoção.

Emoção? Exatamente.Graças a ela, essas manifestações são comuns nas igrejas evangélicas atuais.Não é preciso ser nenhum psicólogo para chegar á conclusão de que os cultos de hoje favorecem o emocionalismo e o êxtase psíquico.Músicas melosas,letras repetitivas,pregações de auto-ajuda,frases de efeito, orações baseadas apenas no barulho,pregadores praticamente obrigando o povo a "glorificar a Deus em voz alta"(mesmo que a pessoa não esteja disposta a tal ou sentindo de fazê-lo).Todo ambiente é preparado (nem sempre de forma proposital)para dar origem a movimentos emocionais.Vemos isso acontecer também nas várias religiões pagãs, de diversas procedências, como entre os indígenas da América, os povos autóctones da África, os siberianos,etc. Embora, entre esses povos, estranhas manifestações possam ter origem demoníaca, creio que, na esmagadora maioria dos casos, a psicologia e a psiquiatria podem perfeitamente explicar tais moveres. Antes que venham me chamar de incrédulo, creio plenamente no agir do Espírito Santo em nossos dias, mas quase tudo o que vemos pode ser perfeitamente explicado dentro de padrões humanos e explicações racionais. Algumas coisas, como certos tipos de curas de enfermidades, não podem ser explicadas cientificamente, pertencendo ao âmbito do sobrenatural. Mas quase tudo que vemos por aí poderia ser explicado, como eu já registrei, pela psicologia, psiquiatria e neurologia.
Resultado de imagem para retetéAlguém poderia levantar objeções a minha constatação de que esses moveres não estão registrados na Bíblia. Vamos analisá-las:

1. A Bíblia registra que Davi dançou quando a Arca da Aliança era levada para Jerusalém (II Sm 6.14).
R-Tal texto se encontra no Antigo Testamento, no qual as coisas eram muito diferentes. Naquela época, a Arca era o símbolo máximo visível da presença de Deus na terra. Sobre a sua tampa(chamada de propiciatório) era derramado o sangue do supremo sacrifício, uma vez ao ano, que expiava os pecados de Israel, o povo que servia de sacerdote cósmico da raça humana. Mas quando Cristo morreu, o véu do templo foi rasgado, e aquela glória, outrora confinada a santuários terrenos e objetos litúrgicos, tornou-se disponível a todos os fiéis em todas as horas. Ou seja, caso quisermos levar o significado da dança de Davi ao pé da letra, deveríamos dançar todas as vezes que fossemos orar, louvar a Deus, etc. No Novo Testamento, o escritor sagrado dizem que devemos "orar sem cessar" (I Ts 5.17), e "oferecer-nos como sacrifícios vivos"(Rm 12.1) continuamente, mas não nos manda pular, rodopiar ou outras coisas do tipo.

2. A Bíblia relata que, em Pentecostes, os discípulos foram tidos como bêbados (At 2.13). Isso não indica que eles estavam agindo de modo que parecia estranho aos homens(assim como o reteté)?
R-Ao analisarmos toda a passagem, vemos que o que soava estranho para muita gente, era aquela multidão de fiéis falando, ao mesmo tempo, palavras que soavam ininteligíveis aos ouvidos comuns. Eles falaram em várias línguas, de vários povos da terra, cujos falantes estavam presentes nas ruas de Jerusalém naquela ocasião. Assim sendo, o árabe ouvia as grandezas de Deus em árabe, o cretense ouvia as grandezas de Deus em sua língua. Mas para o populacho comum de Jerusalém, as palavras não queriam dizer nada. E o fato de todos falarem ao mesmo tempo, lhes pareceu algo no mínimo curioso. Não temos nenhum registro de pessoas pulando, rodopiando, caindo ou gargalhando. Mesmo que tais coisas tivessem ocorrido na ocasião, nem tudo que ocorreu em Pentecostes foi estabelecido como norma para as demais ocasiões. As línguas de fogo sobre as cabeças dos fiéis não se repetiram, nem em Atos, nem na história do Cristianismo.

3. A Bíblia diz que o homem carnal não compreende as coisas do Espírito (I Co 2.14). Ou seja, as coisas do Espírito são estranhas mesmo, e a zombaria dos ímpios diante do reteté são apenas a prova de que eles não possuem o Espírito.
R-Outro exemplo de texto fora do contexto! Se analisarmos os treze versículos anteriores, vemos que Paulo, ao dizer que o homem carnal não compreende as coisas do Espírito, não estava falando de supostas manifestações de alegria ou de dons espirituais no culto (coisa que ele vai fazer apenas a partir do capítulo 12), mas de toda a grandeza do amor ( que nos é inexplicável) e do propósito eterno de Deus (de salvar seu povo de maneira nunca vista), da salvação vinda cruz (de fato, não nos parece estranho que o onipotente Filho de Deus salve os homens se humilhando e sofrendo vergonhosamente e dolorosamente?).

4. A Bíblia nos diz que devemos nos embriagar do Espírito. E quem está embriagado, age de modo humanamente estranho.
R- Leia corretamente o versículo. Ele nos diz para não nos embriagar-nos com vinho, mas para sermos CHEIOS (e não embriagados) do Espírito (Ef 5.18).

Outros ainda poderiam dizer: "ah, mas é tão gostoso rodopiar, pular, cair no Espírito. Faz a gente se sentir bem. Se fazemos para Deus, e nos sentimos bem, então é válido".

Nesse caso, a pessoa está simplesmente tentando validar algo que não está na Bíblia a partir de sua própria experiência subjetiva. É a velha lógica do " em busca do que funciona" Mas as Escrituras nos autorizam a fazer isso? De modo algum! O coração do homem é enganoso (Jr 17.9), por isso jamais devemos considerar algo válido apenas porque nos parece bom. Corremos risco de cair no mesmo erro do povo de Israel na época dos juízes, em que cada uma "fazia o que era reto a seus próprios olhos" (Jz 21.25). E esses moveres que acontecem por aí podem até parecer bons para aqueles que estão envolvidos, mas causam um escândalo (novamente digo: justificado) diante dos ímpios e entre os próprios cristãos. Também devemos levar em conta que atribuir ao Espírito Santo algo que é meramente humano e emocional, é , de certo modo, ofender o Espírito Santo e tomar o santo nome de Deus em vão.

Alguns ainda levantarão a seguinte objeção: "ah, você fala assim porque nunca teve essa experiência". Mas eu tive! Isso mesmo! Eu mesmo já entrei no reteté! Pulei descontroladamente, "dancei" com um irmão, gritei. Hoje percebo, a luz dos argumentos bíblicos apresentados neste texto, que foi apenas emocionalismo. Hoje sei que aquilo não era a manifestação do Espírito de Deus. Eu estava alegre com Deus (e não há nada de errado nisto!), mas devido ao ambiente altamente emocionalista no qual eu estava, e aceitando o sugestionamento, agí daquela maneira.
Alguém que conhece História da Igreja pode argumentar: Mas em certos avivamentos,nos séculos XVIII e XIX (no seio de igrejas fiéis à ortodoxia bíblica), como durante as pregações de Wesley, Whitefield e Edwards,ocorriam essas manifestações.Então,elas tem base na história da Igreja,certo? Errado.Algumas dessas manifestações ocorreram de fato nesses avivamentos.Mas tinham um sentido completamente diferente das atuais.Pessoas caiam e choravam,mas não como um suposto resultado de "experiência do crente com Deus".Essas pessoas eram ímpias,que ao ouvirem a mensagem pregada com poder,de tanto que sentiam a convicção de que eram pecadoras más e miseráveis diante de um Deus santo e justo,tinham como primeira reação o desespero.Por isso caiam no chão e choravam.Bons tempos aqueles,nos quais a santidade de Deus era pregada! Geralmente,essas pessoas acabavam se convertendo.Vendo que eram miseráveis pecadoras,humilhavam-se diante do Santíssimo Deus,reconhecendo o quanto eram indignas,e, se tornavam dispostas a viver uma nova vida com Cristo.Muitas almas foram salvas assim.

Mas, e os quakers e os shakers, ele também agiam de forma aparentemente irracional, e isso enquanto adoravam a Deus, e não apenas nos sermões evangelísticos! De fato, isso ocorria. A própria origem dos dois apelidos dados a esses grupos nos indicam isso. Mas, por mais que eles tenham contribuído com a fé e a moral cristã em diversos aspectos (George Fox, fundador dos quakers, levou muita gente a buscar uma comunhão pessoal com Deus, e seus filhos espirituais, como John Whoolman, lutaram, por exemplo, pela abolição da escravidão nos EUA), esses grupos cometeram sérios ataques contra a ortodoxia bíblica. Os quakers (cujo nome oficial era "Sociedade dos Amigos"), por exemplo, negaram os dois sacramentos da Igreja protestante (batismo e eucaristia) e deixaram de praticá-los. Além disso, em suas primeiras declarações de fé (justamente do período no qual eles mais costumavam a praticar estranhas manifestações nos cultos), praticamente afirmavam que aquilo que o Espírito lhes revelava nos cultos estava quase que em pé de igualdade com a Bíblia! Sem falar que desprezavam a ordem no culto, ao dizer que não deveria haver o mínimo resquício de liturgia. Sem querer julgar esses irmãos em Cristo, apenas mostro o quanto eles também eram falhos. E por mais que esses grupos tenham praticado tais supostos moveres do Espírito, eles só surgiram no século XVII. E quatrocentos anos são muito pouco perto da história bimilenar do Cristianismo. Por fim, mesmo que tais práticas fossem vistas mais frequentemente na História da Igreja, em última análise, a Bíblia é nossa única regra de fé e prática, e como já foi amplamente demonstrado nesse artigo, as Escrituras não dão base a elas.

Ainda falando de História da Igreja, o próprio missionário Gunnar Vingren, co-fundador das Assembleias de Deus no Brasil, classificou como "baixo espiritismo" algumas manifestações que presenciou em igrejas evangélicas e que muito se assemelham com o "reteté" tão comum em nossos dias. Lewi Pethrus, líder pentecostal na Suécia, e amigo do missionário Daniel Berg (o outro co-fundador das ADs) registra no livro "O Espírito sopra onde quer", o seu ceticismo em relação ao "cair no Espírito" e outras práticas semelhantes. Até mesmo os pioneiros do Pentecostalismo se opunham à essas práticas!

Portanto, busquemos a legítima manifestação dos dons espirituais sancionados pela Bíblia, um culto sublime, belo e reverente, a edificação do povo de Deus e a salvação das almas. A glória de Deus, o bem de Sua Igreja e a salvação dos pobres pecadores devem ser nossos objetivos, e não o mero emocionalismo e diversão gospel.

12 de Março - Memória de Gregório Magno, bispo de Roma e Pai da Igreja

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Hoje, as Igrejas Católicas Orientais, a Igreja Anglicana e a Igreja Luterana celebram a memória de Gregório Magno (c. 540-604 d.C.)1.  Esse grande papa (bispo de Roma) e um dos quatro grandes Pais Latinos da Igreja, deu uma série de contribuições à Cristandade. Jovem inteligente e de origem nobre, recebeu excelente educação e chegou a ser prefeito de Roma. Posteriormente, distribuiu sua fortuna aos pobres e tornou-se monge, inspirado pelo carisma beneditino (uma de suas obras literárias, intitulada “Os Diálogos”, conta a vida de vários santos, incluindo S. Bento), fundando mosteiros na Itália e Sicília. Aclamado bispo de Roma, dedicou-se a "colocar em ordem" a Itália do início da Idade Média, fragmentada e empobrecida pelos embates dos reis bárbaros que sucederam o Império Romano do Ocidente e uma série de dificuldades.

      Gregório contribuiu com a teologia, combinando erudição e piedade popular, escrevendo várias obras, entre as quais se incluem a "Regra Pastoral", comentários bíblicos e cartas. Enviou o missionário Agostinho (não confundir com o famoso Agostinho de Hipona, que viveu cerca de dois séculos antes deles) para evangelizar os reinos anglo-saxões, embelezou a liturgia romana, criando livros litúrgicos que estabeleciam com maior precisão alguns ritos e o calendário litúrgico que a Igreja já utilizava, como um Sacramentário e um Antifonário. Mas, talvez a sua maior contribuição para o culto cristão de todas as épocas tenha sido aquilo que ficou conhecido como "canto gregoriano" (na época chamado de "canto romano"). Esse tipo de música sacra, por sua beleza, sublimidade e radical contraste com a música secular, foi considerado pelo pastor presbiteriano João Wilson Faustini, especialista em música sacra, como um dos tipos mais adequados ao culto divino. Entre os poemas que Gregório escreveu, temos o hino quaresmal "Audi, benigne Conditor" e o cântico matutino "Nocte surgentes", cujas traduções podem ser encontradas no Hinário Episcopal, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. Popularizou os textos do Pseudo-Dionísio. Faleceu em 604, após 14 anos a frente da sé de Roma. Posteriormente, foi canonizado e declarado um dos Doutores da Igreja.

    Parte do legado de Gregório pode ser considerado estranho ou até mesmo nocivo por um protestante. Ele foi, de certo modo, o “primeiro medieval”, dando grande ênfase ao papel sacerdotal do clero e ao caráter sacrificial da missa. Também aprovou a doutrina do purgatório, as orações pelos mortos e o uso de imagens sacras (às quais chamava de Bíblia dos iletrados)2. Mas apesar dessas discordâncias, devemos sempre aproveitar o legado teológico e espiritual deste homem, que em sua humildade chamava a si mesmo de "servo dos servos de Deus".

     Vejamos algumas citações de Gregório Magno:

     "A terra, de fato, não ocultou o sangue de nosso Redentor, pois qualquer pecador, ao beber o preço de sua redenção, o proclama e louva e, como pode, o manifesta aos outros.
A terra não cobriu também o seu sangue porque a santa Igreja já anunciou em todas as partes do mundo o mistério de sua redenção"(Comentários sobre o livro de Jó).

    "Tomé apalpou e exclamou: "Meu Senhor e meu Deus!" Jesus lhe disse: "Creste porque me viste?". Ora, como diz o apóstolo Paulo: "A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se vêem". Logo, está claro que a fé é a prova daquelas realidades que não podem ser vistas. De fato, as coisas que podemos ver não são objeto de fé, e sim de conhecimento direto. Então, se Tomé viu e apalpou, por qual razão o Senhor lhe disse: "Acreditaste, porque me viste?" É que ele viu uma coisa e acreditou noutra. A divindade não podia ser vista por um mortal. Ele viu a humanidade de Jesus e proclamou a fé na sua divindade, exclamando: "Meu Senhor e meu Deus!" Por conseguinte, tendo visto, acreditou. Vendo um verdadeiro homem, proclamou que ele era Deus, a quem não podia ver."(Homílias sobre os Evangelhos).

    "Ninguém pode presumir ensinar uma arte senão depois de tê-la aprendido por meio de um estudo atento e meditado. Visto que o governo das almas é a arte das artes, quão grande é a temeridade dos que assumem o magistério pastoral sem ser para isso preparados! Quem não sabe que as feridas da alma são mais secretas do que as da carne? Todavia, acontece frequentemente que alguns, não conhecendo os ensinamentos do Espírito, não temem de professar-se médicos da alma, enquanto quem ignora as virtudes terapêuticas dos remédios se envergonharia de se apresentar como médico do corpo." (Regra Pastoral).

    "Propício perscrutador dos corações/Conheceis a fraqueza das nossas forças/Mostrai àqueles que se voltam para Vós/A graça da remissão"(segunda estrofe do hino Audi, benigne Conditor).

Notas:
1 Data de sua morte. Os católicos romanos o celebram em 3 de setembro, data do início de seu pontificado.
2 Eu sou protestante, mas não tenho dificuldade alguma com o uso de imagens sacras, desde que estas sejam usadas como obras de arte, estímulo ao pensamento e “janelas” para o sobrenatural.

FONTES:

AQUINO, Felipe(org.)  Riquezas da Igreja. Editora Canção Nova.
GREGÓRIO MAGNO. Regra Pastoral. Coleção “Patrística”. Editora Paulus.
FAUSTINI, João Wilson. Música e Adoração. SOEMUS.
Hinário Episcopal. Livraria Anglicana.
Dicionário Cultural do Cristianismo. Editora Loyola.
Novo Dicionário de Teologia. Editora Hagnos.
GEQUELIM, Giulio. Hino Quaresmal: Audi, benigne Conditor. http://www.saopiov.org/2009/03/hino-quaresmal-audi-benigne-conditor.html