No século XIII,a
Igreja enfrentou uma série de problemas internos e externos. Nesse período,
surgiram as ordens de frades mendicantes. Diferente dos monges, que viviam
enclausurados, os frades trabalhavam no meio do povo. Duas ordens se destacam
no período: os franciscanos, fundados pelo já citado Francisco de Assis, que
pregava o retorno à simplicidade evangélica, o serviço ao próximo e o cuidado
com toda a criação divina; e os dominicanos, fundados por Domingos de Gusmão,
focados na pregação e na apologética, combatendo a perversa heresia cátara (ou
albigense), um movimento de tendência gnóstica que atraiu grandes massas na
França, Península Ibérica e outras partes da Europa.
Os reformadores
pregaram (corretamente) que os presbíteros e bispos poderiam contrair
matrimônio. O celibato era visto como fonte de imoralidades (que infelizmente,
algumas vezes, aconteciam). No entanto, no meio luterano, alguns mosteiros
permaneceram, com seus monges se convertendo a doutrina protestante. Entre os
anglicanos, com o confisco das terras monásticas por parte do rei Henrique
VIII, a vida monástica desapareceu. Mas com o movimento de Oxford, no século
XIX, ordens religiosas de várias tendências ressurgiram no seio da Igreja
Anglicana. Hoje em dia, várias ordens, de carisma franciscano, beneditino,
dominicano,etc. são mantidas por anglicanos. Em muitas delas, os duros votos
foram reinterpretados, prescrevendo, no lugar do celibato, a fidelidade ao
marido/esposa, e no lugar da pobreza absoluta, uma vida simples, sem ostentação
e permitindo que seus membros mantenham as atividades seculares, sem
necessidade de clausura.
O século XX viu
um reavivamento do monasticismo no meio protestante. Temos ordens de origem
luterana (como as Irmãs Evangélicas de Maria), presbiteriana,
metodista,etc. Temos também casas de
retiro, para cristãos que desejam passar algum tempo em reflexão e oração num
ambiente mais “propício”. Muitos irmãos, de diversas igrejas evangélicas, têm
descoberto novas sensações e enfoques em tais retiros. A Comunidade de Taizé,
fundada pelo pastor reformado Irmão Roger na década de 40, tornou-se conhecida
por acolher cristãos de vários grupos, proporcionar ensino espiritual para
jovens e produzir belíssimos cânticos.
A espiritualidade
monástica tem muito a ensinar para os homens de hoje. A consagração total da
vida à Deus, o desprezo às riquezas mundanas e aos excessos supérfluos, a
prática da meditação e a oração litúrgica aqui se encaixam.
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