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quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Semana Santa e o Ano Cristão

A Semana Santa e o Ano Cristão


Editorial publicado como encarte extra no Boletim Informativo da Igreja Presbiteriana de Franca, 17 de abril de 2011, Domingo de Ramos e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, ano XII, n. 271.
As festas e tempos do ano cristão (ou calendário litúrgico) oferecem um meio de organizar a vida anual da Igreja conforme a vida de Cristo e os eventos da história da salvação. O Lecionário Comum Revisado é uma forma de organizar as leituras bíblicas do Antigo e do Novo Testamentos em torno do ano cristão.
A Semana Santa constitui o centro de todo o calendário litúrgico. Nela, relembramos como Cristo entregou sua vida por amor do mundo. Ela começa com o Domingo de Ramos e da Paixão, no qual lemos a multidão aclamando Jesus, querendo coroá-lo Rei. Porém, à medida que a história se desenrola, vemos os gritos de “Hosana!” substituídos por brados de “Crucificai-o!”.
Da segunda-feira à quarta-feira da Semana Santa, lemos as antigas profecias e as explicações do próprio Senhor Jesus sobre a necessidade e o significado de sua morte.
A Quinta-feira Santa abre o Tríduo Pascal (ou “Os Três Dias Santos”), que são o clímax da Semana Santa e de todo o ano cristão. Nela, lemos a instituição da Páscoa judaica por Moisés, a qual Jesus comemorou com seus discípulos, transformando-a na Santa Ceia cristã. Vemos a lição de humildade que o Senhor deu ao lavar-lhes os pés, e o “novo mandamento” que ele nos deu, que nos amemos uns aos outros assim como ele nos amou. Historicamente, a Quinta-feira Santa era o dia em que as pessoas que haviam sido suspensas da comunhão, depois de cumprir a etapa final e mais rigorosa da disciplina na Quaresma, eram reintegradas à Mesa do Senhor.
Na Sexta-feira Santa, relembramos o sofrimento e a morte do Senhor Jesus na cruz do Calvário.
A Grande Vigília Pascal, na noite ou madrugada de sábado para domingo, é o primeiro culto do tempo da Páscoa. É uma oportunidade em que a Igreja medita nos grandes feitos de Deus na história da salvação, orando e cantando salmos, hinos e cânticos entre uma leitura e outra. Historicamente, era quando os catecúmenos (novos membros) eram batizados e recebidos à comunhão da Igreja primitiva, depois de todo um ano de preparo. Até hoje, nas igrejas ortodoxas orientais, a Grande Vigília dura toda a noite e emenda-se com o Culto da Ressurreição do Senhor, comemorada ao nascer do sol. O outro nome que se dá ao Sábado Santo, “Sábado de Aleluia”, vem do fato de que a Igreja deixava de cantar aleluias e cânticos festivos durante a Quaresma, guardando-os para a Páscoa. A Grande Vigília começa com as luzes apagadas e com o tom de contrição da Quaresma, mas pouco a pouco vai se iluminando, crescendo, e se encerra com um grande clamor de aleluias por todo o povo, pois Cristo ressuscitou!

Já no Domingo de Páscoa, encerra-se definitivamente a Quaresma: o foco da meditação da Igreja deixa de ser a cruz e o sofrimento do Senhor Jesus, e, nas próximas sete semanas, passa a ser o seu glorioso triunfo sobre o pecado e a morte, vitória que ele conquistou não só para si mesmo, mas também para todos nós, sua Santa Igreja, ontem, hoje e sempre. Aleluia!





Eduardo H. Chagas

Candidato ao Sagrado Ministério

Sociedade pela Liturgia Reformada
http://liturgiareformada.blogspot.com/

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