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segunda-feira, 9 de abril de 2018

09/04 - Memória de Dietrich Bonhoeffer

Resultado de imagem para Dietrich BonhoefferHoje nos lembramos do martírio de Dietrich Bonhoeffer (1906-1945). Filho de um bem-sucedido psiquiatra e de uma piedosa mulher, o jovem Dietrich decidiu seguir carreira ministerial, tendo se formado em teologia pela renomada Universidade de Tübingen. Fez seu doutorado na Universidade de Berlim, com a tese Sanctorum Communio (1927), sendo aluno de Adolf von Harnack. Entre os pontos de destaque na teologia de Bonhoeffer, temos a centralidade da revelação de Deus em Cristo e a importância do aspecto comunitário da fé cristã.

Bonhoeffer viveu no período mais negro da história alemã: a ascenção do Terceiro Reich (1933-1945). Desde o princípio, preocupou-se com esse governo, que pretendia ser o "novo messias" do povo alemão. Em 1934, tornou-se um dos membros fundadores da Igreja Confessante, que permaneceu fiel a Cristo, enquanto boa parte da igreja protestante alemã apostatou-se, seguindo Hitler.  Nesse período, produziu duas de suas principais obras, Discipulado (1937) e Vida em Comunhão (1939). Tornou-se um oponente da Teologia Liberal. Em 1935, criou um seminário teológico em Zingst, cujas características e organização seriam base para o renascimento do monasticismo entre os protestantes da Europa e EUA.

Envolvido numa conspiração contra o próprio Hitler, Bonhoeffer foi preso em 1943. Depois de 18 meses encarcerado (mesmo assim, produzindo muitas cartas que estão entre seus melhores escritos), foi condenado e executado por enforcamento.

Em Discipulado, considerado sua obra-prima, Bonhoeffer combate àquilo que chama de "graça barata", uma distorção do "sola fide" dos reformadores. A graça barata prega perdão sem necessidade de arrependimento, cristianismo sem necessidade de santidade,  fé sem necessidade de transformação. Segue-se um trecho da obra:

"Quando as Escrituras sagradas tratam do discipulado de Jesus, proclamam a libertação do ser humano de todos os preceitos humanos, de tudo que o oprime, de tudo que o sobrecarrega, de tudo que lhe suscita preocupação e dor na consciência. No discipulado, o ser humano deixa o duro jugo de suas próprias leis e vai para o julgo suave de Jesus Cristo. Não está se questionando, com isso, a seriedade do mandamento de Jesus? De maneira nenhuma. É somente na permanência total no mandamento de Jesus, no chamado ao discipulado incondicional, que se torna possível a plena libertação para a comunhão com Jesus. Quem segue integralmente o mandamento de Jesus, quem se permite sem relutância o jugo de Jesus, para esse o fardo a carregar torna-se leve e recebe, na suave pressão desse jugo, a força para percorrer o caminho certo com tranquilidade. O mandamento de Jesus é duro, implacavelmente duro para quem se opõe a ele. Porém, o mandamento de Jesus é suave e leve para aquele que se lhe submete de bom grado. "Os seus mandamentos não são penosos" (1Jo 5.3). O mandamento de Jesus  não consiste em um tipo de tratamento de choque emocional. Jesus nada nos exige sem nos dar a força para fazê-lo. Seu mandamento não visa jamais destruir a vida, mas conservá-la, fortalecê-la e curá-la."

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