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terça-feira, 26 de outubro de 2010

O sentido do Credo e da Oração do Senhor no culto


Por Eduardo H. Chagas


Originalmente publicado em Sociedade pela Liturgia Reformada
http://liturgiareformada.blogspot.com/2010/09/o-sentido-do-credo-e-da-oracao-do.html

Pra que serve ficar repetindo todo domingo "credo apostólico" e "Pai Nosso"? Isso não torna o culto enfadonho?




Só fica "enfadonho" pra quem não sabe o porquê de se fazer isso e por isso prefere que cada culto, a cada domingo, tenha uma novidade, seja algo diferente do anterior. Não costumam perceber que cantar meia dúzia de cânticos seguidos de um sermão e bênção, por mais estripulias que se coloque entre um e outro, também é "mesmice"...



Recitar o Credo é professar sua fé, é dar testemunho daquilo que se crê: "Creio em Deus Pai Todo-Poderoso...". Faz-se isso em resposta à fé que Deus nos dá, para a qual Deus nos chama. Se o Evangelho foi fielmente proclamado no sermão, ele nos convida à fé e à salvação por meio dessa fé, dadas por Nosso Senhor.



Como responder a essa fé? Os batistas fazem um apelo. A Igreja Cristã, desde há uns 1700 anos, tem usado o Credo como síntese e testemunho da essência daquilo em que se crê.



Quanto à oração do Senhor, foi Jesus mesmo quem disse "portanto vós orareis assim". É o modelo por excelência de oração, e lembrar do modelo nos instrui e nos ajuda sempre a fazermos as nossas próprias orações de forma mais adequada, sem os clichês e modismos que penetram na Igreja, e especialmente nas igrejas evangélicas. É simples, é objetiva, é direta e sincera, sem precisar recorrer a emoções descabelantes, como se para falar sinceramente com Deus fosse sempre necessário chorar convulsivamente.



As igrejas que desqualificam a prática como se fosse uma reza, algo mecânico, sem sentido ou sinceridade, dizem que a Oração do Senhor é SÓ um modelo e não deve ser recitada jamais. Dizem que o modelo só serve para ser estudado e que toda oração precisa ser feita sempre, apenas e tão-somente com as palavras "espontâneas" do orante. Mas é raríssimo que essas igrejas peguem o modelo para estudar, e quase sempre as orações "espontâneas" que se ouve em seus cultos são na verdade colagens tiradas de um banco de clichês evangelicais. Não raro são prolixas e de uma "espontaneidade" bem ensaiada, com direito aos arroubos de emoção...



Simplicidade, objetividade, humildade, sinceridade sem emoções fingidas. Lembrarmo-nos sempre disso é essencial! Retomar o modelo é lembrar disso. Se a oração for feita com sinceridade (e ninguém precisa fingir ou forçar barra alguma para poder orar o Pai Nosso sinceramente), ela é aceita pelo Pai, independentemente de ser "espontânea" ou de se valer das palavras de Nosso Senhor ou de algum outro irmão mais velho na fé.



Não são os conservadores que gostam da expressão "montar sobre os ombros de gigantes"?

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